O presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, nomeou primeiro-ministro Ousmane Sonko, opositor excluído das presidenciais, no que foi visto como uma tentativa do então governo de Macky Sall de silenciar as vozes da oposição.
“Ousmane Sonko é nomeado primeiro-ministro”, de acordo com o decreto lido pelo secretário-geral da Presidência da República senegalesa, Oumar Samba Bâ, na televisão estatal RTS na terça-feira.
“Aprecio a importância da confiança depositada em mim”, disse Sonko à RTS.
Sonko, de 49 anos, que propôs a candidatura de Faye depois de a sua ter sido invalidada, anunciou que um novo governo será formado “nas próximas horas”.
Horas antes, Faye tinha sido empossado como presidente, numa cerimónia que contou com a presença de outros líderes da região, e na qual jurou “cumprir fielmente” as funções e “observar escrupulosamente as disposições da Constituição e das leis”, bem como “defender as instituições, a integridade do território e a independência” do país.
Bassirou Diomaye Faye é o quinto presidente do Senegal desde que o país se tornou independente de França em 1960, substituindo no cargo Macky Sall, que completou o segundo e último mandato permitido pela Constituição.
A transferência de poder entre Sall e Faye em resultado de eleições é a terceira na história do Senegal e marca o fim de um braço de ferro de três anos entre o chefe de Estado cessante e a dupla vencedora das presidenciais de 24 de março: Faye e Sonko.