Cerca de metade dos quase 24 mil reclusos do sistema penitenciário angolano estão presos preventivamente, disse o ministro do Interior, estimando a sobrelotação em mais de 3.000 detidos.
Eugénio Laborinho, que discursava na inauguração da cadeia de Cassosso, no Waco Kungo, província do Cuanza Sul, adiantou que o executivo quer aumentar a capacidade de internamento e tornar os estabelecimentos penitenciários “em locais mais dignos e humanizados”.
Actualmente, há cerca de 24 mil reclusos nas 41 cadeias angolanas, 12 mil dos quais já condenados e os restantes detidos preventivamente, estando prevista a inauguração nos próximos meses de mais quatro prisões: no Moxico, em Cabinda, no Bié e na Huíla.
A infraestrutura inaugurada esta terça-feira vai receber 600 reclusos masculinos e 80 femininos.
“Estamos conscientes das inúmeras dificuldades sociais, económicas e financeiras que o país enfrenta, razão pela qual, neste estabelecimento penitenciário, iremos incentivar a aposta no desenvolvimento da produção agrícola e pecuária, a exemplo de outros, com condições climáticas favoráveis e solos férteis”, salientou o ministro no acto inaugural.
Segundo Eugénio Laborinho, o objectivo é melhorar a dieta alimentar dos reclusos, garantir a autossuficiência alimentar nas prisões e reduzir a importação de produtos do campo, bem como dos encargos do Estado.