Os países mais afetados são a Zâmbia e o Zimbabué, enquanto Moçambique, a Tanzânia, a República Democrática do Congo, a Etiópia e a Nigéria registaram surtos ativos de cólera, com um total de 26.000 casos e 700 mortes, segundo a OMS.
“As alterações climáticas e os conflitos estão a alimentar o fogo. Inundações, ciclones e secas reduzem o acesso à água potável e criam um ambiente ideal para o desenvolvimento da cólera”, explicou a gestora de emergências do Gabinete Regional da OMS para África, Fiona Braka, por teleconferência a partir de Brazzaville, a capital da República do Congo.
Na Zâmbia, a vacinação contra a cólera começou nas comunidades mais afetadas, com o objetivo de vacinar 1,7 milhões de pessoas, enquanto no Zimbabué a cobertura está prevista para 2,3 milhões de pessoas.
Braka disse que estas campanhas de vacinação representam um esforço importante no qual a OMS está a colaborar, porque as reservas internacionais de vacinas contra a cólera são escassas.
Por isso, considerou também que devem ser analisadas soluções que incluam um melhor acesso a água potável, higiene e instalações sanitárias, bem como um diagnóstico e tratamento de qualidade.
Em Moçambique, segundo o mais recente boletim sobre a progressão da doença, elaborado pela Direção Nacional de Saúde Pública e com dados até 31 de janeiro, estava contabilizado um acumulado de 10.859 casos de cólera desde 01 de outubro de 2023.
Relativamente à Etiópia, o Reino Unido anunciou um pacote de ajuda humanitária de 100 milhões de libras (117 milhões de euros). Este programa pretende permitir a mais de três milhões de etíopes, na maioria mulheres e crianças, o acesso a serviços de saúde, nomeadamente para combater a malnutrição e os surtos de malária e de cólera.
A Comissão Europeia também se manifestou relativamente aos surtos de cólera e vai ajudar, com um milhão de euros, a combater a epidemia na Zâmbia, que poderá atingir 3,5 milhões de pessoas.