O secretário-geral da ONU expressou condolências pela morte do Presidente da Namíbia, Hage Geingob, considerando-o um “estadista respeitado” que dedicou a vida a “servir e desenvolver” o país.
“Geingob era um estadista respeitado e com princípios que dedicou a vida a servir e a desenvolver o país. Um proeminente ativista anti-apartheid e pioneiro da transformação da energia verde em África, tornou-se o primeiro chefe de Governo da Namíbia em 1990“, afirmou António Guterres, no domingo, em comunicado.
Em 2015, “tornou-se o terceiro presidente da Namíbia, cargo que ocupou até à morte”, acrescentou.
Também o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enviou as condolências à primeira-dama da Namíbia, Monica Geingos, de 47 anos, e aos cidadãos do país pela perda de um “líder destemido” que “defendeu os seus valores e crenças”.
“O Presidente Geingob foi um líder destemido que lutou pela independência, supervisionou a redação da Constituição da nova nação (…). Foi um eloquente defensor do país e do continente, que defendeu os seus valores e convicções“, afirmou Biden.
Também o Presidente da República lamentou, no domingo, a morte do homólogo da Namíbia, destacando-o como um “amigo de Portugal” e uma “figura incontornável da luta pela independência” do seu país.
Numa nota divulgada na página oficial da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa disse ter sido “com consternação e sentido de pesar” que tomou conhecimento da morte de Hage Geingob.
Foi uma “figura incontornável da luta pela independência do país, o arquiteto da Constituição da República da Namíbia, e um amigo de Portugal da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), de que a Namíbia se tornou observador associado também por sua iniciativa“, destacou Marcelo.
Hage Geingob, que estava a receber tratamento devido a cancro, morreu aos 82 anos, anunciou no domingo a presidência do país africano.
Num comunicado, o presidente interino da Namíbia, Nangolo Mbumba, disse que Geingob morreu pouco depois da meia-noite (23h00 de sábado em Lisboa) no hospital privado Lady Pohamba, em Windhoek.
O comunicado sublinhou que, apesar “dos esforços enérgicos” da equipa médica, o presidente faleceu, na presença da primeira-dama, Monica Geingos, e dos filhos.
Hage Geingob foi o principal responsável pelo início das conversações com a Alemanha, sobre a revisão das atrocidades cometidas pelo Império Alemão durante o período colonial e possíveis compensações.
A ocupação alemã de territórios atualmente pertencentes à Namíbia teve lugar entre 1884 e 1915.