“Do nosso ponto de vista, teria interesse que colocássemos Amílcar Cabral e a sua obra, o seu pensamento, no quadro das atividades histórico-culturais que têm lugar no nosso país, na cidade da Praia. Seria extremamente interessante”, referiu, em conferência de imprensa, ao apresentar o programa de comemorações do Centenário do Nascimento de Amílcar Cabral, que se assinala a 12 de setembro.
“Começávamos a trabalhar aquilo que se podia considerar o turismo histórico-cultural”, acrescentou o antigo chefe de Estado cabo-verdiano.
Segundo referiu, seriam atividades que trariam “outro conteúdo ao turismo”.
“Saíamos do turismo de sol e de praia para um outro tipo, que é o turismo da cultura, da história e do pensamento”, capitalizando todo o manancial histórico — físico e imaterial –, legado de Amílcar Cabral.
“Seria extremamente interessante se nós o conseguíssemos”, referiu Pedro Pires.
O líder da libertação da Guiné-Bissau e Cabo Verde do regime colonial português “é uma das personalidades políticas e intelectuais mais proeminentes de África do século XX, uma referência mundialmente conhecida”, refere a fundação, no documento base de apresentação das comemorações do centenário.
A sugestão evocada hoje por Pedro Pires completa outras valências em que Cabral é “objeto de estudo e fonte de inspiração, continuando a projetar a sua influência por todos os continentes, em vários domínios do conhecimento e da cultura”.
A toponímia é prova disso em vários pontos do mundo, acrescenta.
As celebrações do centenário de Amílcar Cabral arrancam no sábado, com atividade em Cabo Verde e na Guiné-Bissau, e assumem cariz internacional no resto do ano, com diversos eventos e iniciativas.
Um colóquio internacional sobre o líder histórico do movimento de libertação e independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, contra o regime colonial português, vai ser o ponto alto do programa, agendado para o mês do nascimento de Cabral.