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Angola cresce 1,5% este ano mas contrai 0,5% em 2024

todayOutubro 29, 2023 229

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A consultora Capital Economics considera que a economia de Angola vai crescer 1,5% este ano e entrar em recessão no próximo ano, contraindo-se 0,5% devido aos efeitos da baixa produção petrolífera e depreciação do kwanza.

“A economia de Angola vai abrandar devido à combinação da baixa produção petrolífera e aos efeitos da recente queda do kwanza em 2024 e 2025”, escrevem os analistas num comentário à evolução da economia angolana.

Na nota, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas da Capital Economics escrevem que “o PIB deverá expandir-se apenas 1,5% este ano, seguido de uma contração de 0,5% em 2024” e admitem que “as previsões estão bem abaixo do consenso dos analistas, que esperam crescimentos de 2,1% e 2,8% para este e o próximo ano”.

A nota, divulgada na sequência da revisão em baixa da previsão de crescimento do Governo, que aponta agora para uma expansão económica de 0,9%, lembra que a economia angolana cresceu 2,7% no último trimestre do ano passado e 0,4% no primeiro trimestre deste ano, e acrescenta que “é duvidoso que as coisas melhorem nos próximos trimestres”.

A redução no setor do petróleo e os atrasos nos investimentos nesta indústria “significam que a produção vai cair ainda mais, o que, juntamente com os preços mais baixos do petróleo face a 2022, causaram uma redução na balança corrente”, dizem os analistas, prevendo ainda que a inflação suba significativamente este ano.

A desvalorização do kwanza, que perdeu 40% do valor face ao dólar, a imposição de medidas de austeridade, incluindo o corte nos subsídios aos combustíveis, “vão empurrar a inflação para mais de 25% nos próximos meses”, estimam os analistas, que preveem também que o banco central responda com uma subida de 300 pontos-base na taxa de juro diretora, para 20%.

Relativamente aos pagamentos de dívida, que se tornam mais caros com a desvalorização da moeda, já que a maior parte da dívida é em moeda externa, a Capital Economics antevê uma subida do rácio da dívida face ao PIB, mas considera que “Angola vai conseguir evitar um `default`”, alertando, ainda assim, que “evitar um `default` soberano será mais difícil se houver um súbito aperto das condições de financiamento externo ou uma queda nos preços petrolíferos”.

Editor: Carla

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