As exportações para Angola atingiram 2,4 mil milhões de euros, em 2022, um crescimento de quase 60% face ao ano anterior e mantiveram tendência positiva nos primeiros quatro meses de 2023, indicou o embaixador português em Luanda
Francisco Alegre Duarte, que falava no VI Encontro Empresarial Portugal | Angola, promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Portugal – Angola (CCIPA), realçou que depois da pandemia de covid-19, à qual “muitas das nossas empresas resistiram sem fechar portas”, 2022 foi um ano de retoma, com Angola a manter-se como terceiro mercado extra-comunitário mais importante e nono destino exportador, aproximando-se dos níveis de 2018
De acordo com estatísticas preliminares, 2022 foi também o primeiro ano, desde 2017 em que se verificou um aumento nos operadores económicos portugueses que exportam para Angola, adiantou.
Atualmente, mais de 4500 empresas portuguesas exporta para Angola e cerca de 1200 empresas de origem portuguesa ou capitais mistos operam diretamente no mercado angolano.
Nos primeiros quatro meses de 2023, a tendência positiva de bens e serviços de empresas portuguesas manteve-se com um crescimento homólogo de 12,3% das exportações face ao período homólogo, atingindo os 775 milhões de euros, referiu Francisco Alegre Duarte.
Para o embaixador, Portugal é também um parceiro de relevo em termos de diversificação da economia e formação do capital humano, sendo igualmente sinal de confiança o alargamento do plafond da Linha de Financiamento de 1500 para 2000 milhões de euros.
“O reforço da linha é um sinal inequívoco de confiança em Angola e é também uma medida que permitirá reforçar a capacidade de
atuação e de investimento das empresas portuguesas neste país”, afirmou.
O diplomata reconhece que o período que se atravessa é de “alguma incerteza e de desafios na frente económica, com uma conjuntura difícil em termos de variação cambial e de controlo da inflação”, manifestando a esperança de que as medidas estabilizadoras que estão a ser aplicadas pelo Governo angolano surtam efeito.
Na sexta-feira, o governo anunciou um pacote de medidas financeiras e fiscais com vista a estimular a produção nacional e o crescimento da economia e aliviar o custo de vida dos angolanos, que sofrem os efeitos da queda acentuada do kwanza e pressão sobre os preços dos bens essenciais.
“As nossas empresas estão aqui para ajudar a fazer acontecer a mudança e darão resposta ao repto da diversificação económica”, disse, falando de “relações fraternas, que vivem também de bons negócios”.
Na sua intervenção, Francisco Alegre Duarte afirmou que as empresas portuguesas são “o motor do relacionamento económico entre Portugal e Angola” e elogiou o “trabalho, dedicação e esforço de centenas de empresários portugueses e angolanos”, muitos dos quais presentes no evento, que serve de antecâmara da Feira Internacional de Luanda (Filda).