O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje, após votar em Gabu, leste da Guiné-Bissau, que não vai admitir desordem após as eleições legislativas de hoje e que “quem vencer é quem vai governar”.
Em declarações aos jornalistas depois de ter votado em Gabu, a cerca de 250 quilómetros de Bissau, o chefe de Estado deixou recados à oposição, mas sem nunca se referir a nenhum partido específico.
“Nós conhecemos pessoas que não aceitam os resultados eleitorais, mas isso já acabou. Comigo não acontecerá. O povo irá escolher em consciência e quem for escolhido é quem vai governar. Podem ficar descansados” disse, acrescentando que “aceitar resultados ou negar resultados é teatro”.
O chefe de Estado reiterou durante a campanha eleitoral que não vai nomear como primeiro-ministro o presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, que lidera a coligação Plaforma Aliança Inclusiva (PAI) – Terra Ranka, que foi seu adversário na segunda volta das presidenciais e que contestou a sua vitória junto do Supremo Tribunal de Justiça.
Sissoco Embaló justificou esta decisão com facto de Domingos Simões Pereira ter de “responder perante a justiça”, sem especificar, tal como o vice-presidente do PAIGC, Geraldo Martins.
Hoje, referiu que “ninguém está acima da justiça”, acrescentando que todos os deputados que forem eleitos, “a começar pelo presidente do parlamento, até ao último deputado”, deverão “responder à justiça” caso seja
indiciados de algum crime.
“Ninguém pode se esconder atrás da imunidade”, acrescentou, referindo-se ao pedido de levantamento de imunidade parlamentar de Domingos Simões Pereira na anterior legislatura e que foi recusada pelo Assembleia Nacional Popular.