Emmanuel Macron chegou hoje à República Democrática do Congo (RDCongo), no âmbito de uma viagem à África, sendo este país uma das principais paragens da sua deslocação.
O Presidente da RDCongo, Félix Tshisekedi, pediu ao seu homólogo europeu mais pressão para acelerar um processo de paz, que Macron prefere deixar por agora nas mãos das instituições regionais africanas.
O leste do país tem sido palco de combates durante meses entre o exército congolês e o grupo rebelde. Os combates deixaram mais de 600.000 pessoas deslocadas e geraram uma crise diplomática entre a RDCongo e o vizinho Ruanda, que negou acusações de alegadas ligações com os rebeldes.
O Presidente francês recusou hoje explicitamente ligar Kigali aos rebeldes, mas referiu-se a declarações anteriores do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, que apontavam para o Governo ruandês.
Macron assinalou o Governo ruandês para apelar às autoridades para “assumirem a sua responsabilidade” de forma a evitar que o leste do país “se torne um despojo de guerra”.
“Fui muito claro na minha condenação do M23 e daqueles que o apoiam”, disse Macron em declarações divulgadas nos meios de comunicação nacionais, antes de se referir ao processo de paz regional em que o Presidente angolano, João Lourenço, está a atuar como mediador.
“A solução”, prosseguiu, “não pode vir de França”.
Por seu lado, o Presidente congolês advertiu que os combates estão a afetar seriamente o calendário eleitoral com vista à realização, em princípio em dezembro deste ano, de eleições gerais no país.
“O grande problema que enfrentamos no norte é que precisamos de segurança para podermos continuar o processo eleitoral. Caso contrário, corremos o risco de ter um atraso considerável que terá um impacto na data das eleições”, afirmou.
Tshisekedi apelou também publicamente a Macron para ser mais ativo, em França, na resolução da crise no leste do país. “As mensagens do Presidente francês são satisfatórias, mas continuam a ser teóricas. Apelo à França para que exerça pressão a este respeito”.