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Presidentes da França e da RDCongo esperam declaração de cessar fogo na terça-feira

todayMarço 4, 2023 191

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Os Presidentes da França e da República Democrática do Congo anunciaram hoje que esperam para terça-feira uma declaração “de todas as partes em conflito” de um novo cessar-fogo nos combates entre o exército congolês e o movimento rebelde M23.

Emmanuel Macron chegou hoje à República Democrática do Congo (RDCongo), no âmbito de uma viagem à África, sendo este país uma das principais paragens da sua deslocação.

O Presidente da RDCongo, Félix Tshisekedi, pediu ao seu homólogo europeu mais pressão para acelerar um processo de paz, que Macron prefere deixar por agora nas mãos das instituições regionais africanas.

O leste do país tem sido palco de combates durante meses entre o exército congolês e o grupo rebelde. Os combates deixaram mais de 600.000 pessoas deslocadas e geraram uma crise diplomática entre a RDCongo e o vizinho Ruanda, que negou acusações de alegadas ligações com os rebeldes.

O Presidente francês recusou hoje explicitamente ligar Kigali aos rebeldes, mas referiu-se a declarações anteriores do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, que apontavam para o Governo ruandês.

Macron assinalou o Governo ruandês para apelar às autoridades para “assumirem a sua responsabilidade” de forma a evitar que o leste do país “se torne um despojo de guerra”.

“Fui muito claro na minha condenação do M23 e daqueles que o apoiam”, disse Macron em declarações divulgadas nos meios de comunicação nacionais, antes de se referir ao processo de paz regional em que o Presidente angolano, João Lourenço, está a atuar como mediador.

“A solução”, prosseguiu, “não pode vir de França”.

Por seu lado, o Presidente congolês advertiu que os combates estão a afetar seriamente o calendário eleitoral com vista à realização, em princípio em dezembro deste ano, de eleições gerais no país.

“O grande problema que enfrentamos no norte é que precisamos de segurança para podermos continuar o processo eleitoral. Caso contrário, corremos o risco de ter um atraso considerável que terá um impacto na data das eleições”, afirmou.

Tshisekedi apelou também publicamente a Macron para ser mais ativo, em França, na resolução da crise no leste do país. “As mensagens do Presidente francês são satisfatórias, mas continuam a ser teóricas. Apelo à França para que exerça pressão a este respeito”.

Editor: Carla

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