Pelé tinha sido internado em novembro para que os médicos reavaliassem os tratamentos para o cancro, segundo relatórios médicos a que a Folha de São Paulo teve acesso.
No Instagram, a estrela do futebol brasileiro tinha escrito na sexta-feira: “Amigos, eu estou no hospital fazendo minha visita mensal. É sempre bom receber mensagens positivas como essa. Obrigado (…) a todos que me enviam boas energias!”.
Os especialistas do hospital Albert Einstein, em São Paulo, decidiram entretanto interromper a quimioterapia e colocar o ex-jogador nos cuidados paliativos, onde estava a receber apenas tratamentos para as dores e para a falta de ar.
Ainda segundo a Folha de São Paulo, Pelé chegou ao hospital na terça-feira com um quadro de inchaço generalizado, edema e insuficiência cardíaca descompensada.
Além do cancro, o antigo jogador lidava com as sequelas de três cirurgias realizadas em anos recentes: uma para a colocação de uma prótese no quadril e outras duas para a corrigir.
Nascido a 23 de outubro de 1940 em Minas Gerais, Edson Arantes do Nascimento ficou conhecido em todo o mundo como Pelé. Mudou-se muito jovem para São Paulo e já nessa altura mostrava vontade em ser jogador de futebol.
Aos 11 anos começou a jogar numa equipa infanto-juvenil, o Canto do Rio. Pouco depois, incentivado pelo pai, formou o seu próprio clube: o Sete de Setembro. Aos 13 anos, Pelé passou a jogar pelo Baquinho, equipa infanto-juvenil do Bauru Atlético Clube.
Em 1954, o Baquinho foi convidado para um jogo da segunda divisão do Campeonato Paulista contra o campeão infanto-juvenil de São Paulo. A equipa de Pelé, que marcou cinco golos, venceu por 12-1 e fez do jovem uma celebridade local.
Aos 15 anos foi jogar para o Santos Futebol Clube e, menos de um ano depois, disputou o seu primeiro jogo internacional com a seleção brasileira. Mas o seu primeiro jogo oficial foi em setembro de 1956, numa partida amigável entre o Santos e o Corinthians, marcando dois golos numa vitória por 7-1.
Em 1958, no Mundial de Futebol na Suécia, começou a vestir a camisola número 10, que nunca mais largou. Nos anos 1960 foi convidado por clubes europeus, mas recusou sempre. Ficou no Santos até 1974.
Em 2020, após notícias sobre a sua alegada morte que veio depois a desmentir, o “rei” veio pedir o reconhecimento, em vida, da sua obra.
“Quero que me reconheçam em vida”, disse depois de garantir que não tinha medo da morte. “O Brasil é um dos poucos países no mundo em que o ídolo só é bom depois que morre”.